segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Maldição de Mim


Disse-me alguém, certa vez,
que quando nos machucamos,
nas inevitáveis e imprevisíveis vezes que a vida nos arrebata,
devemos pensar de jeito tal,
que a partir daquele momento,
ainda que com dor imensa,
estamos nos curando...a cada segundo.

E digo-vos com profunda reflexão e verdade...
Quisera eu não ter mergulhado tão fundo no campo do conhecimento...
Pois deveras belo é este olhar acerca da vida,
este que alguém certa vez, disse-me com brilho nos olhos.

Quisera eu impedir minha mente de questionar tal perspectiva,
para escrever uma verdade real em meu livro da alma...
E construir uma ponte de fé para cruzar as águas negras,
que formaram-se pelas chuvas de ceticismo e dúvidas,
e que ácidas tornaram-se ao lavar a dor e vazio de meu espírito.

Quisera eu acreditar, fosse em qualquer ilusão proferida...
Destas que dizem os que pensam ter encontrado a verdade.

Mas penso que os convictos de sua própria razão,
tornam-se os sábios da tolice e cegos de sua insignificância...

E ainda pensando de tal maneira, eu os invejo profundamente...
Pois a única certeza que carrego comigo, a minha verdade terrena...
É que a minha verdade não encontra-se neste mundo.

Sou portanto, em verdade, a pedra que não encaixa na arquitetura dos homens.
Sou o andarilho que chegou ao fim da estrada, e não encontrou seu nirvana, e ao confrontar sua decepção, não vislumbrou uma razão para voltar.

Hugo Roberto Bher
# O Poeta do Escuro