Disse-me
alguém, certa vez,
que quando
nos machucamos,
nas
inevitáveis e imprevisíveis vezes que a vida nos arrebata,
devemos
pensar de jeito tal,
que a partir
daquele momento,
ainda que com
dor imensa,
estamos nos
curando...a cada segundo.
E digo-vos com
profunda reflexão e verdade...
Quisera eu
não ter mergulhado tão fundo no campo do conhecimento...
Pois deveras
belo é este olhar acerca da vida,
este que alguém certa vez, disse-me com brilho
nos olhos.
Quisera eu
impedir minha mente de questionar tal perspectiva,
para escrever
uma verdade real em meu livro da alma...
E construir
uma ponte de fé para cruzar as águas negras,
que
formaram-se pelas chuvas de ceticismo e dúvidas,
e que ácidas
tornaram-se ao lavar a dor e vazio de meu espírito.
Quisera eu
acreditar, fosse em qualquer ilusão proferida...
Destas que
dizem os que pensam ter encontrado a verdade.
Mas penso que
os convictos de sua própria razão,
tornam-se os
sábios da tolice e cegos de sua insignificância...
E ainda pensando
de tal maneira, eu os invejo profundamente...
Pois a única
certeza que carrego comigo, a minha verdade terrena...
É que a minha
verdade não encontra-se neste mundo.
Sou portanto,
em verdade, a pedra que não encaixa na arquitetura dos homens.
Sou o
andarilho que chegou ao fim da estrada, e não encontrou seu nirvana, e ao
confrontar sua decepção, não vislumbrou uma razão para voltar.
Hugo Roberto Bher
# O Poeta do Escuro