quinta-feira, 3 de março de 2011

Súplicas


Anjos caídos ou de luz,
seja quem primeiro ouvir
Está pesada minha cruz
assim eu vou logo cair

Coisas simples pedirei
não dignas de ente tão poderoso
Como pagarei, não sei
não intento ser audacioso

Retirai toda minha memória
Não posso mais sentir saudades
lembranças de dor e de glória
de todos os amores ou amizades
não quero lembrar minha história

Eu também não preciso das cores
gosto bem mais do preto e branco
assim posso ver a beleza das dores
É isto que resta-me agora, o pranto

Emoções humanas para que, senhores?
Para lágrimas rolarem no rosto
ou para lembrar dos perdidos amores?
Meu coração se parte de desgosto

Não quero ouvir os tolos
apenas as boas músicas
que ainda servem-me de consolo
onde posso expressar minhas súplicas

Senhores do caos e da magia
Senhores da paz e da harmonia
Já não me importo quem ouve
conseguem sentir minha agonia?

Preciso esquecer do caminho de casa
pois todos os dias volto pra lá
e meu peito queima como brasa
quando vejo que casa não há

Façam simples assim...
Arranquem meu coração
És ele a amarra da minha prisão
Façam-me inteiramente razão


Hugo Roberto Bher