Quando a luz se apaga,
és tu a minha presa.
Começo minha saga,
vejo-te com clareza.
Sou fantasma que vaga
no frio da escuridão...
Eu cobro a justa paga
por tua oculta podridão.
Sou a dor que te esmaga,
e te aperta o coração.
Espetarei com minha adaga
quem ousar dar-te a mão.
Não ha como escapar,
Sou a culpa que atormenta.
Se tentares barganhar
Tua punição aumenta.
Conheço tua maldade,
no espelho estarei,
refletindo a verdade,
teus crimes acusarei.
Sou a angustia que pesa,
sou o motivo da tua reza...
Sou fogo que te queima...
Sou a besta do inferno,
Que tu mesmo criaste.
Se quiseres saber,
a graça do teu carrasco,
cá entre os homens
meu nome é REMORSO
Hugo Roberto Bher
#O Poeta do Escuro
Outrora amei e chorei
agradecia o claro do dia
antes rezava e acreditava
Na luz eu não queimava
Minha cruz
com alegria eu carregava
Outrora...
Hugo Roberto Bher
É quando o frio espreita nossa janela,
Que lembramos que precisamos estar aquecidos.
É quando a escuridão nos envolve,
Que nos lembramos de procurar alguma luz.
É o maldito labor do relógio nos mostra,
Que não temos tanto tempo ao nosso dispor.
É quando estamos perdidos no caminho
Que nos lembramos da estrada que deixamos de seguir.
É quando estamos solitários,
Que nos lembramos das pessoas que afastamos para sempre.
***
Os gritos incessantes que nos confundem,
Faz-nos implorar pela orquestra do silêncio.
As lágrimas que rolam em nosso rosto,
Ofuscam os olhos que brilhavam outrora.
***
Os campos verdes em nossa alma, que cultivam as sementes do amor,
São consumidos pelos ramos daninhos do ódio que nutrimos.
O barco das virtudes que ostenta velas brancas e navega sobre as águas do espírito,
Perde-se nas tempestades negras dos vícios que respiramos nos dias cinzentos.
***
É quando nossa consciência vem cobrar nossos equívocos,
Que sentimos o peso da culpa e o amargo gosto do remorso.
É quando vemos a fome em nosso portão,
Que lembramos o gosto do alimento que tínhamos ontem.
É quando compartilhamos nossa existência com outrem,
Que obtemos a medida da nossa bondade.
É quando nos deparamos com nossa própria insignificância e mediocridade,
Que inventamos um deus que nos ama,
Porque já não podemos nos amar.
Um criador que lava a podridão de nossas almas,
Para que no mar de maldade nós mesmos criamos,
Não venhamos a nos afogar.
Hugo Roberto Bher
#O Poeta do Escuro
Caindo,
obcecado,
clamando
amor.
Imortal
navegante sou,
ancorado.
Hugo Roberto Bher
#O Poeta do Escuro
18/01/2012