terça-feira, 31 de março de 2009

Identidade...



Sou o que sou.
Sou o que aprendi, e tudo o que nada sei
Sou a consciência dos erros,
O medo de errar

O receio do corajoso, e a coragem do fracassado
Sou a emoção que confunde a razão
A lógica do empírico
A dúvida e a reposta

Sou poesia sou prosa
A palavra e o papel, e o significado nas entrelinhas
Sou a caneta do escritor, e a alma do leitor
O dramaturgo e o personagem
Sou a lágrima do palhaço

Sou o egoísmo, o vício...
Sou virtude

Sou uma vida, caminhando para a morte da matéria
Sou o tempo e o relógio
Sou o caminho, a caminhada e o peregrino
Sou a pedra no caminho

Sou o alívio depois da dor
Sou o sonho e a decepção
A espada que machuca, e o ombro para chorar

O som do silêncio
A beleza do preto e branco
Sou o contraste das cores

A complacência e a barbárie
A evolução e a tolice do Homem
Sou a fome e o jejum
A riqueza do Rei
Sou o camponês

A solidão de um acorde, e a harmonia de uma orquestra
Sou as mãos do grande Maestro
A outra face depois do tapa
Sou a esperança e a verdade
A mentira também
A fantasia, a crônica e o imaginário
E a mais dura realidade

Sou a boca, o desejo e o beijo
O carinho e a mão no cabelo
Sou corpo, sou alma
Sou tudo,
Sou a percepção do meu próprio mundo e mais nada.

domingo, 22 de março de 2009

Charles Darwin


Sempre fui um aficionado por biografias de grandes ícones da história da humanidade, e outros não tão grandes assim. E uma delas que sempre me despertou grande interesse é a de Charles Darwin.

Não só por sua trajetória, que por si só é muito interessante, mas principalmente por sua principal obra, que escreveu o nome do naturalista inglês nos pilares da ciência, A Origem das Espécies.

Para mim, que de cientista tenho apenas meu senso de curiosidade extremamente aguçado e um raciocínio relativamente lógico, o que mais me atrai na obra, é o contraponto que esta originou com a teoria criacionista do homem e do mundo, com base na obra Bíblia Sagrada, que é seguida à risca por todas as religiões cristãs.

Até hoje, sua teoria causa polemica, não no mundo da ciência, onde é respeitada e tida como uns dos alicerces para a Biologia, Medicina e Biotecnologia, mas sim perante a sociedade, que reluta em aceitar que o Homem é resultado de milhões de anos de evolução, e que os organismos estão sempre em estado de mutação.

Bem, Darwin nos explica sobre algumas “discrepâncias” que, se criados fôssemos para sermos e que somos exatamente nos dias de hoje, provavelmente não existiriam, tais como:

O porquê de soluçarmos

O Ser humano precisa abrir a glote (abertura localizada na laringe, que serve de passagem de ar), para poder deixar que o ar entre nos pulmões.
Os nervos que controlam a respiração já existam nos ancestrais comuns aos mamíferos, anfíbios e peixes. Os anfíbios que respiravam por brânquias, fechavam a glote para evitar que o ar entrasse nos pulmões e causasse afogamento. Quando esses nervos se irritam por algum motivo, o corpo lembra o passado anfíbio, puxando o ar e fechando a glote, ocasionando os soluços.

Por que roncamos?

A necessidade de termos desenvolvido a fala, pra coexistir no meio, fez com que desenvolvêssemos alguns músculos como os que movimentam a língua, a boca e os que controlam a rigidez da garganta.
Porém durante o sono, esses músculos relaxam, causando dificuldades na respiração.

Por que engasgamos?

Ainda devido à necessidade de nos comunicarmos, nossa laringe fica mais para baixo da garganta se compararmos com os chimpanzés que tem a laringe na parte superior da garganta, permitindo que estes possam comer e respirar sem risco de sufocarem, porém, desta forma a emissão de sons fica prejudicada.

Por que temos cóccix?

O cóccix localizado na base de nossa coluna indica que nossos ancestrais tinham cauda. Como outros animais pertencentes ao nosso grupo, sob a óptica de Darwin, como chimpanzés gorilas também não possuem cauda, é muito provável que o rabo tenha desaparecido muito cedo no ancestral comum ao homem e os grandes primatas.

Dentes do Siso

Com a evolução de nossa espécie, nosso crânio aumentou e nossa mandíbula diminuiu. Os dentes do siso são remanescentes da época em que o homem possuía a mandíbula maior.

Apendicite

No passado, o apêndice foi um órgão que auxiliava a digestão, indicando que tivemos algum ancestral herbívoro, já que o apêndice é bem maior em animais cuja alimentação consiste apenas de plantas. Hoje acredita-se que o apêndice não tenha nenhuma função para o Homem, e ainda pode facilmente gerar infecções.

Por que sentimos dores no parto?

O crânio do bebê humano é grande em relação ao corpo, para abrigar o cérebro avantajado, ao passo que o canal da bacia, local por onde passa o bebe na hora do parto, não pode aumentar na mesma proporção, porque a posição ereta do ser humano exige uma pélvis relativamente estreita. Assim o parto do bebe humano é demorado e doloroso.

Sentimos arrepios

Muitos mamíferos, em resposta ao medo, eriçam o pêlo para parecerem maiores, como um mecanismo de defesa. A seleção natural removeu os pêlos dos seres humanos, mas o mecanismo que os mantém eriçados continuou, por isso sentimos arrepios.

Essas e muitas outras questões levantadas na teoria evolucionista de Charles Darwin, nos leva ao contraponto de um dogma da igreja, que define o homem como imagem e semelhança de Deus, e os animais criados exatamente da forma como os conhecemos hoje.



Fonte: Revista Veja, especial sobre Charles Darwin – fevereiro de 2009.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Em Momentos de Crise...


Em épocas de crise, é importante que todos nós repensemos sobre nossas prioridades.

Em geral, o consumidor brasileiro não é um poupador nato. Isso é um fato.

Somos imediatistas no que se refere à obtenção de bens e serviços que possam estabelecer uma “falsa” sensação de conforto a curto e médio prazo.

Pesquisas apontam que os brasileiros que ocupam as classes mais altas da sociedade, são os que mais se preocupam em poupar para garantir um futuro para si e para suas famílias, ou até mesmo para manter uma situação segura ante crises e instabilidades econômicas.

Não tivemos uma educação formal orientada a criação de reservas financeiras, como acontece em outros países de primeiro mundo, como EUA, Suécia e Alemanha.
Com grande facilidade de acesso ao crédito, o brasileiro pode ser considerado um consumidor compulsivo.

Em raros casos encontramos pessoas que conseguem controlar a vontade de obter seus almejos rapidamente e poupam recursos para comprar uma maior quantidade de bens à vista.

Vemos sim, famílias que sacrificam até 90% de sua renda em financiamentos diversos, privando-se muitas vezes até das necessidades mais básicas como alimentação, vestimenta e planos de saúde, para adquirirem bens como automóveis e eletrodomésticos.

Segundo percepções de alguns ramos de atividade, mesmo em momentos de crise, os consumidores, principalmente os de mais baixa renda, não mudam seu comportamento de compra. Os consumidores de classe mais alta, são mais conscientes em relação à momentos de tribulações econômicas, tais como a que vivenciamos hoje, em nível mundial.

As classes mais baixas normalmente “percebem” o mercado financeiro, quando este chega a afetar diretamente sua renda e sua empregabilidade. Caso contrário, sempre há o “jeitinho brasileiro” de conseguir empurrar a situação, e evidentemente, endividar-se cada vez mais, para comprar o que muitas vezes não precisamos, e em muitos casos, não temos como pagar.

domingo, 15 de março de 2009

Outras Lembranças

Tire-me daqui
deste lugar escuro que você me deixou quando foi embora

volta para me buscar
só me leve com você

este jogo acabou,
eu não sou tão forte quanto eu pensava que era

e hoje eu lembro,
o quanto era fácil arrancar um sorriso do seu rosto
e que eu escolhia te fazer chorar

e agora me dói saber que não verei mais aquele sorriso

mas se de repente, lembrar de algo bom em mim

por favor guarde essa lembrança
e mesmo que a vida te traga tudo,
ah, mesmo assim não esqueça dos nossos momentos

não deixe de ouvir as nossas músicas
se quiser eu posso cantá-las

apenas tire-me daqui, e mesmo que isso ainda seja pedir muito

deixe-me poder esperar

preciso sentir novamente aquele perfume
o meu ópio
ninguém mais poderia usá-lo

e hoje está chovendo aqui
e eu tenho quem abraçar
mas esse alguém, não é você...

sexta-feira, 6 de março de 2009

Memórias

sinto em demasia
a dor da tua falta, que faz
e tal como o crepúsculo leva o dia

são as reminiscências que ao ver, sua foto me trás
se antes sorria
hoje encontro-me ríspido assaz

a minha tristeza,
teu riso desfazia
osculando-me, conhecia eu, a paz

seu colo,
quando eu o tinha,
nada via mais

como poderia?
uma foto à tal nostalgia me reportar
o que melhor seria?

jogá-la fora para não mais me amargurar?
a saudade como acabaria...
iria a loucura me levar

insano ficaria
será que ainda mais?
sempre soube que não esqueceria

mas agora a lembrança é demais
e seus defeitos,
seriam nesse momento

deveras perfeitos
por dizer assim, o melhor acalento.

quarta-feira, 4 de março de 2009

MOCAMBO – RAP CURITIBANO DE QUALIDADE E IMPORTÂNCIA INTERNACIONAL




Já faz um tempo que venho esboçando um post sobre este incrível grupo, que pode até ser definido como rap, mas é na verdade uma mescla de vários estilos, personificando uma identidade musical incomparável.






Músicos de alta estirpe, conseguem juntar vários estilos musicais, como dancehall, ragga, reggae, rap, hip hop, bater tudo no liquidificador com pitadas de cultura, arte, e letras conscientes que contagiam até mesmo quem não gosta do estilo.

***

Os seus 12 anos na estrada da arte e da música renderam não menos do que muitas amizades no cenário nacional e internacional, parcerias e muitas influências musicais e culturais, moldando o seu estilo único, versátil e empolgante.
Ao longo de sua trajetória participou de várias coletâneas, como a La Vanguardia, com a música Sempre Roots, clássico do dancehall nacional. Facetas peculiares do grupo encontram-se no hit Eterna Gafieira, com o qual participou da coletânea Rap’s de Verão, em 2005., onde os artistas apresentam um trabalho passando pela bossa nova e mpb.

Em 2007 o grupo ganhou o prêmio GOLD ESPECIAL, no primeiro festival internacional da Canção Sul Americana – Prêmio Equinócio 2007, tendo como prêmio a produção e gravação de um Cd em Nova Iorque, pela gravadora Lobbo records, que tem como portfólio de artistas ícones como Shakira e Jenifer Lopes.
Uma grande vitória não apenas para o MCB, mas também para a cultura brasileira.

***

Após um período de criação em NY, o grupo volta com muito mais força e com energias renovadas, levando seu som ainda mais longe, representando a nossa música e nossas raízes.

Confira o novo clipe da Banda...




Difícil é classificar em poucas palavras o MCB, muito fácil é se deixar levar por sua musicalidade...


K-Nab
Coringa
Dêze
Vinte - Fratti
L-Jay


Mais sobre MOCAMBO
http://www.myspace.com/mocambo


Post por Hugo Roberto Bher

segunda-feira, 2 de março de 2009

Árvore


E aqui tem uma árvore...
Uma árvore com galhos secos, como aquelas que são cartões postais de outono...
Mas é a mais bela árvore, como sei jamais ter visto...
E não sinto frio, nem calor...nem nada, apenas plenitude diante do crepúsculo que tomava conta de um céu tão diferente do que já havia visto,
que faltam-me palavras para descrever.
Ao que chega próximo de mim, algo ou alguém, sem rosto, sem forma.
Um espectro flamejante de luzes e cores variadas.
Disse-me, sem mexer a boca, penso agora que nem boca tinha, que este lugar espera por mim, um dia, nem tão próximo, nem tão longe.
Confundiu-me quando percebi que aqui o tempo parecia não existir, onde o próximo e o longe me parecem tão relativos que nem ouso tentar entender.
É tudo tão estranho.
Mas de alguma forma eu quero ficar aqui.
Eis que de repente tudo muda, e o céu fica cinza. E os galhos da árvore seca, bela e perturbadoramente estranha balançam, embalados por um vento que eu não sentia, nem o espectro que falava-me, pois em nada alterava seus flamejos.
E assim ocorreu-me onde estou. E percebo que tudo muda à medida que penso, ou que deixo fluir minhas emoções. E aqui todas as questões da vida que conheço parecem ter respostas claras e objetivas.
Minha consciência reporta-me a situações que vivi, mostrando-me que em todo momento, eu sempre soube o que era certo fazer, e quase sempre, segui erroneamente. E sofri as conseqüências de minhas escolhas.
E agora me lembro de muito mais vidas que tive, e que antes não podia ver. Tudo passa como um filme na minha cabeça.
Sinto que não sou mais matéria. Sinto que também espectro sou.
Estou agora desprendido de todos os vícios que conheci, e aos que, fraco que sou me apeguei.
E nas intrínsecas coisas deste lugar, sinto felicidade, e penso agora conhecer tudo, mesmo sem conhecer nada. Mas reconheço as cores, e lembro como gosto do roxo. E agora roxo tudo ficou.
E neste momento começo a sentir faltas de pessoas, ao que meu guia, agora o vejo como tomando forma de um velho amigo, diz-me que todos virão ao meu encontro, no momento certo.
Tudo começa a sumir, e eu não quero que isso aconteça.
Como quem acordasse de um sonho, estou no meio do dia, da semana, do mês e do ano. Acordado, como já estava. Menos de segundos se passaram.
Sei que dormindo não me encontrava.
Lembro-me da árvore.
E agora confuso, mas nem tanto, percebo que estou cada vez mais louco...
Vivendo no mundo do imaginário.