Com a luz sonhei,
em certa noite fria,
quando por Ela chamei.
No silêncio da agonia,
com lágrimas de dor,
mesmo sem fé, rezei.
Clamei com fervor,
pra meu anjo voltar.
Com seu colo protetor,
das sombras me salvar,
e no frio me aquecer,
e minha alma resgatar.
Não fiz jus a merecer
esta suplica que faço.
E antes de adormecer
lembrando do abraço,
pra afastar a aflição
deste peito em pedaço
soprei a tua canção,
deixei a lagrima fluir...
óh salgada maldição.
Então eu pude ouvir
uma voz calma e bela
e uma asa branca reluzir...
Sabia que era ela.
Meu escuro iluminou
como chama d’uma vela.
Por meu nome, chamou.
Falava com carinho
com ternura apontou...
Qual era meu caminho.
Mas quando entendi
que eu partiria sozinho,
No desespero caí...
e na dor me afoguei.
Não consegui partir.
Na escuridão fiquei...
Sozinho,
Quebrado...
Nas águas negras de
pranto...
Sou navegante ancorado.
Hugo Roberto Bher.
#O Poeta do Escuro
01/06/2012