sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O Vampiro da Tristeza



Sou vampiro sedento,
entre sombras da noite,
que se arrasta na danação
sem forma, sem beleza...

Sou das sombras,
sou pálido, sou frio...
sou a face do vazio...

Qual é minha proeza?
Digo-te com gentilezas...

Teu sangue me enoja.
Alimento-me de tristeza.
Pelas mãos do próprio Deus...
fui amaldiçoado com frieza.

Ergui-me perante o Criador,
e questionei sua falsa nobreza,
olvidando de seus filhos...
dor, fome, angústia, avareza.

Em meus olhos, dúvidas.
Nos olhos do Pai, fúria...
não admitiu minha franqueza.

Sou filho da Luz,
na escuridão lançado...
postar-me em pé,
foi meu único pecado.

Confrontei minha fé,
apos uma vida ajoelhado.
O rancor anda ao meu lado...
fui, pelo ódio, abraçado.

tenho a força de um filho desprezado...
e de mil almas condenadas,
e daqueles ora esquecidos,
os primeiros Anjos Caídos...

Mas em verdade, Pai, digo-te...
existe força na tristeza.
Me verás como um titã,
farei-te uma supresa.

Pintarei teu céu de negro,
ceifarei tua pureza...
e com meu sangue,
provarei o real tamanho da tua grandeza.

Hugo Roberto Bher
#O Poeta do Escuro





Um comentário:

  1. Da tristeza ergue-se um corpo
    Da luta conquista-se o poder
    Por amor destrói-se um mundo
    Por amor deita-se tudo a perder

    Adorei este poema!!
    Abraço!

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