segunda-feira, 2 de março de 2009

Árvore


E aqui tem uma árvore...
Uma árvore com galhos secos, como aquelas que são cartões postais de outono...
Mas é a mais bela árvore, como sei jamais ter visto...
E não sinto frio, nem calor...nem nada, apenas plenitude diante do crepúsculo que tomava conta de um céu tão diferente do que já havia visto,
que faltam-me palavras para descrever.
Ao que chega próximo de mim, algo ou alguém, sem rosto, sem forma.
Um espectro flamejante de luzes e cores variadas.
Disse-me, sem mexer a boca, penso agora que nem boca tinha, que este lugar espera por mim, um dia, nem tão próximo, nem tão longe.
Confundiu-me quando percebi que aqui o tempo parecia não existir, onde o próximo e o longe me parecem tão relativos que nem ouso tentar entender.
É tudo tão estranho.
Mas de alguma forma eu quero ficar aqui.
Eis que de repente tudo muda, e o céu fica cinza. E os galhos da árvore seca, bela e perturbadoramente estranha balançam, embalados por um vento que eu não sentia, nem o espectro que falava-me, pois em nada alterava seus flamejos.
E assim ocorreu-me onde estou. E percebo que tudo muda à medida que penso, ou que deixo fluir minhas emoções. E aqui todas as questões da vida que conheço parecem ter respostas claras e objetivas.
Minha consciência reporta-me a situações que vivi, mostrando-me que em todo momento, eu sempre soube o que era certo fazer, e quase sempre, segui erroneamente. E sofri as conseqüências de minhas escolhas.
E agora me lembro de muito mais vidas que tive, e que antes não podia ver. Tudo passa como um filme na minha cabeça.
Sinto que não sou mais matéria. Sinto que também espectro sou.
Estou agora desprendido de todos os vícios que conheci, e aos que, fraco que sou me apeguei.
E nas intrínsecas coisas deste lugar, sinto felicidade, e penso agora conhecer tudo, mesmo sem conhecer nada. Mas reconheço as cores, e lembro como gosto do roxo. E agora roxo tudo ficou.
E neste momento começo a sentir faltas de pessoas, ao que meu guia, agora o vejo como tomando forma de um velho amigo, diz-me que todos virão ao meu encontro, no momento certo.
Tudo começa a sumir, e eu não quero que isso aconteça.
Como quem acordasse de um sonho, estou no meio do dia, da semana, do mês e do ano. Acordado, como já estava. Menos de segundos se passaram.
Sei que dormindo não me encontrava.
Lembro-me da árvore.
E agora confuso, mas nem tanto, percebo que estou cada vez mais louco...
Vivendo no mundo do imaginário.

Um comentário:

  1. Bela viagem, man.
    Ja vivi altas assim.


    ass.: Renan de Oliveira

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