quinta-feira, 17 de junho de 2010

Meu Jardim Secreto


Coloco algumas músicas antes de dormir,
para que elas afastem os terríveis pesadelos...

Deito-me com um terrível pesar no meu peito, e não consigo descobrir de onde vem tudo isso.

Acordo no meio da noite, e percebo que o dia está claro lá fora. Essas incoerências nos sonhos já não me impressionam mais.

Quando abro minha porta, percebo que o dia está maravilhosamente claro e bonito, com sons criando uma perfeita harmonia, e mesmo assim eu ainda estava triste e nostálgico.

De repente olho para o fundo do quintal, e lá estava uma pequena cerca, de tijolos maltratados pelo tempo, coberto em partes com cercas vivas, e lá dentro uma névoa que me impedia de ver nitidamente além da cerca.

Algo me chamava para dentro, como se meu medo guiasse-me para aquele lugar cinzento.

Quando adentro o tal jardim, sinto todo o pesar dos meus sentimentos me envolvendo, como se realmente eu tivesse dentro do meu peito pesado, e se alguém tivesse comigo naquele momento, sentiria tudo o que sinto o tempo todo, toda a angústia, nostalgia, frio e tristeza.

Uma emoção terrível toma conta de mim, quando percebo que todas as plantas do jardim estavam secas, e todo o chão coberto de folhas quebradiças e úmidas.

Havia um poço antigo, mas estava seco, e sua alavanca quebrada. Eu não conseguia ver o céu daquele lugar.

Aos poucos comecei a reconhecer cada planta seca, cada árvore morta e cada folha no chão, como pedaços da minha vida, amigos, sonhos, planos, conquistas.

O poço tinha uma pequena peça de madeira rústica, com o entalhe da palavra "Esperança".

Recostei-me numa árvore, cujos galhos subiam ao céu além da neblina, sem que eu pudesse ver até onde chegavam. Porém ao encostar-me, parte da árvore se quebrou como se estivesse apodrecida pela umidade e pelo tempo, e imediatamente ouvi um sussurro, dizendo-me ..."essa é sua "força" ..."

Começa a chover torrencialmente no meu jardim. Os pingos eram tão fortes, que me fizeram cair de joelhos para proteger meu rosto.

Quanto mais eu chorava, mais água caía do céu, e então percebi que essas eram as lágrimas contidas, aquelas que não caem dos meus olhos, as que guardo num lugar secreto.

A chuva vai ficando mais amena, eu mesmo vou ficando mais calmo. Tudo que eu queria naquele momento aconteceu:
Senti uma mão puxando-me...eis que vejo um anjo, vestida de branco e caminhando pelo jardim como se nada pudesse afetá-la.

Levou-me para um local no jardim, onde um muro tão alto quando o céu fazia os fundos daquele sinistro lugar.

Ela me mostra uma pequena rosa branca, brilhando como se emanasse luz própria, em meio a todas as folhas e restos de folhagens mortas daquele chão.

Meu anjo apenas disse-me: - Você precisa cuidar dessa rosa. Vá até o poço e traga água pura e fresca para que ela cresça e fique ainda mais bela.

Eu corro até o poço quebrado, mas agora, para minha surpresa, ele está em melhores condições que antes, ainda surrado, mas aos poucos pude girar a alavanca e trazer um pouco de água para a superfície.

Corro para meu destino, e encontro apenas a Rosa...o anjo desapareceu.

Olho para a Rosa, contemplo seu brilho...rego com cuidado, e depois...

Eu acordo.

3 comentários:

  1. Lindo...
    Pode não acreditar, mas do meio ao final do texto não consegui parar de chorar, senti como se estive nesse filme com vc...
    Parabéns!!!

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  2. curti.

    bjosss...

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  3. Nossa!
    Tô sem folego...
    A esperança sempre foi a minha força e o mundo dos sonhos o meu mundo...
    As vezes preciso de doses de realidades e lembranças para me alivar...
    Para que eu possa parar de me doer...

    Tento calar o medo. Tento ser mais forte que ele...

    Apaixonante e envolvente, este teu texto... Um dos melhores que já li por aqui!


    Beijo estalado e ótimo final de semana! =)

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