terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Hoje ouvi de alguém uma frase tão clichê, que me chegou a causar náuseas. Seja porque hoje foi um dia em que encontrava-me introspectivo, pensando sobre questões da vida, seja porque a pessoa que “cuspiu” tal pensamento, ao meu ver conhece pouco da própria vida e menos ainda da vida de seus possíveis ouvintes.

“nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde ir...”

Enfim, tal expressão projetou-me a outras, não obstante com o mesmo sentido:

“para quem não sabe aonde quer chegar, tanto faz o caminho a seguir...”
“quando não escolhe-se o caminho, alguém escolhe por você...”

Bem, poderia citar aqui várias, de vários pensadores ou de domínio popular ou até mesmo criadas por mim, mas no momento, falta-me “saco” e estômago.

O fato é que comecei a refletir sobre algumas questões...

Sou quem sou. Sou minha personalidade, formada por meu temperamento e caráter. Possuo peculiares atribuições físicas. Tenho afinidades e desafinidades naturais. Vivo o mundo conforme a percepção que tenho do mesmo, e que adquiro a cada minuto, cada segundo, ou qualquer outro fracionamento do tempo.
A vida posicionou-me dessa forma. Não pude escolher assim, ou tal como é a personalidade do caro leitor que agora lê meu humilde texto e conhece minhas intrínsecas idéias.
Se escolhi assim como sou, foi em algum momento, no tempo e espaço, ao qual minha consciência atual não se reporta.
Não pude ser nos meus tempos de escolha, tão popular quanto o garoto que jogava futebol. Nem como aquele que, após aprender tocar três acordes, animava um ou outro lual com sua viola, para um publico fiel de 6 ou 10 pessoas; e desculpem-me se um pouco de sarcasmo aparecer nas entrelinhas de minhas colocações.
Não pude ser o gênio da minha turma. Nem o mais lento da classe.
Não escolhi gostar de escrever...se me fossa dada opção, gostaria de cantar...

Queria ter sido correspondido, quando amei platonicamente a menina da sexta série, e ter evitado sérios problemas de auto-estima nesta época, e em vários anos após.
Poderia ter tido mais facilidade com exatas, e ter hoje um emprego melhor remunerado.
A pergunta que faço aqui é algo que gostaria que o sujeito que me levou a escrever este texto pensasse e me respondesse, com melhor embasamento do que quando saiu dizendo a frase supra mencionada.

Não seria mais correto usar o que já temos, e com isso tentar sobressair?

Penso que temos que conhecer a nós mesmos, e sei que isso é também um belo clichê, mas dou-me o luxo de usá-lo aqui, já que também uma dessas frases prontas incitou-me a escrever.
Temos que concentrar atenções nas nossas emoções, facilidades, dificuldades, gostos e vontades, e tentar trabalhar isso como se ferramentas tivéssemos, para construir uma vida melhor.
Penso que não se pode seguir qualquer caminho. E mesmo que minha opinião mude ao longo do tempo, penso que esta não seria a forma mais inteligente de galgar nossos almejos. É como se recebêssemos um pano riscado para bordar.

Um comentário:

  1. Olá, C. Camargo!

    Vim agradecer e retribuir sua visita ao TD Séries. Fico feliz que você também tenha desabilitado o "nofollow" nos comentários de seu blog!

    Estou dando uma passeada pelos seus posts, e o conteúdo é bastante pessoal e interessante.

    Um abraço e continue com seu bom trabalho!

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